quarta-feira, 28 de março de 2007

Infertilidade, tratamentos médicos, Zé e eu

Recebi há uns dias uma carta de um casal amigo. Eles estão em África a trabalhar com a população local. Conheci-os na faculdade e embora não estivessem casados na altura, estavam destinados a tal.
Estava eu a escrever uma carta de volta e como o correio funciona de maneira lenta, não nos falavamos desde que eles se mudaram para lá, estava a mete-los ao corrente de tudo o que se tem passado ultimamente na nossa vida.
Enquanto escrevia, lembrei-me de momentos muito bons que vivemos a jogar jogos tarde na noite, a comer uns petiscos divinais e as nossas conversas. Em especial, lembrei-me de uma conversa que tivemos depois do meu amigo ter feito uma vasectomia antes de se casar. Na altura fiquei mesmo espantado com aquela decisão deles, de não quererem ter filhos biológicos, apesar de ter conhecimento do que ele pensava acerca de haver demasiadas pessoas no mundo.
Depois de ter acabado de escrever a carte, reflecti um pouco acerca da minha perspectiva do mundo e tentei pensar pela visão do meu amigo. Cheguei à conclusão que embora ele fosse ficar solidário com a nossa desilusão de não conseguirmos conceber uma criança, tenho a certeza que ele não iria "apoiar" um tratamento médico. Pois, se o objectivo é manter uma população sustentável, fará assim tanto sentido trazer outra pessoa ao mundo? Ou gastar tanto dinheiro a perseguir esse objectivo quando esse dinheiro podia ser usado a melhorar a vida de outras pessoas, nomeadamente uma criança que viesse a ser adoptada?
Parece-me que se tirarmos o ego da equação (significando: um total abandono da ideia de filhos biológicos) a adopção é a coisa mais certa de se fazer.
Mas será que é o mais certo para nós?

quarta-feira, 14 de março de 2007

Decisões

Embora a T. e eu ainda não tenhamos discutido profundamente, ou tão profundamente quanto achamos que tal assunto deve ser discutido, ambos sentimos que não estamos à vontade com a FIV. Contudo, há muito ainda para pensar e muito conhecimento para adquirir e conversas a ter antes de decidirmos.
E apesar destas indecisões, não posso deixar de dizer que me sinto inspirado por todas as senhoras na blogoesfera que lidam ou lidaram com a infertilidade e os tratamentos e todos os assuntos inerentes com tanta coragem, sem perder a esperança e mantendo o bom humor.

quinta-feira, 8 de março de 2007

Dia internacional da mulher

Hoje parece-me fazer sentido falar da minha maravilhosa mulher. Estamos casados à sete fantasticos anos. Claro que tivemos os nossos tempos dificeis e discussões mas sei que ela é a melhor parte da minha vida ( e tenho certeza que ela sente o mesmo). Ela tem sempre frio e eu tenho sempre calor. Ela tem mais sapatos do que eu acho necessários e eu gasto dinheiro em musica que ela odeia. Ela (por vezes) é muito emotiva e eu (por vezes) não lhe digo o que sinto.

E mesmo que eu não lhe diga isto muitas vezes, ela é inteligente e divertida. Criativa. Sexy. Determinada. Uma excelente cozinheira. E vai ser uma excelente mãe (um dia). Não sei se o vai ser este mês, daqui a 6 meses ou daqui a 5 anos mas vai ser. Não sei se vai acontecer por si só, se vai ser com ajuda medica ou pela via da adopção, mas vai acontecer.

Um óptimo dia da mulher!