quarta-feira, 28 de março de 2007

Infertilidade, tratamentos médicos, Zé e eu

Recebi há uns dias uma carta de um casal amigo. Eles estão em África a trabalhar com a população local. Conheci-os na faculdade e embora não estivessem casados na altura, estavam destinados a tal.
Estava eu a escrever uma carta de volta e como o correio funciona de maneira lenta, não nos falavamos desde que eles se mudaram para lá, estava a mete-los ao corrente de tudo o que se tem passado ultimamente na nossa vida.
Enquanto escrevia, lembrei-me de momentos muito bons que vivemos a jogar jogos tarde na noite, a comer uns petiscos divinais e as nossas conversas. Em especial, lembrei-me de uma conversa que tivemos depois do meu amigo ter feito uma vasectomia antes de se casar. Na altura fiquei mesmo espantado com aquela decisão deles, de não quererem ter filhos biológicos, apesar de ter conhecimento do que ele pensava acerca de haver demasiadas pessoas no mundo.
Depois de ter acabado de escrever a carte, reflecti um pouco acerca da minha perspectiva do mundo e tentei pensar pela visão do meu amigo. Cheguei à conclusão que embora ele fosse ficar solidário com a nossa desilusão de não conseguirmos conceber uma criança, tenho a certeza que ele não iria "apoiar" um tratamento médico. Pois, se o objectivo é manter uma população sustentável, fará assim tanto sentido trazer outra pessoa ao mundo? Ou gastar tanto dinheiro a perseguir esse objectivo quando esse dinheiro podia ser usado a melhorar a vida de outras pessoas, nomeadamente uma criança que viesse a ser adoptada?
Parece-me que se tirarmos o ego da equação (significando: um total abandono da ideia de filhos biológicos) a adopção é a coisa mais certa de se fazer.
Mas será que é o mais certo para nós?

4 comentários:

Gabriela disse...

Olá, Henrique!
Na minha perspectiva, a adopção deve ser uma apção bem ponderada e muito querida, independentemente de queres ou não filhos biológicos.
Considero dois "processos" distintos.
Eu sempre quis, lutei muito para conseguir, ter um filho biológico e detestava que me dessem como alternativa a adopção, não porque colocasse completamente de parte adoptar, mas porque o que eu queria mesmo era o meu filho, nascido de mim, fruto de um amor maior, que é o que me une ao meu marido.
Agora sim, agora ponderamos adoptar uma menina, quando as nossa finanças o permitirem, ao mesmo tempo que procuraremos ter um segundo filho biológico, pois ainda ficámos com embriões congelados... os nossos bebés ainda esperam por nós e nós não os abandonaremos! :)
A Europa tem a população envelhecida, precisamos de gente nova! O mesmo não acontece em África, eu sei!
Cada um sabe de si.
Beijocas
gabriela

Anna72 disse...

É uma hipótese mas merece ser muito bem ponderada.

Essa questão da "população sustentável" não me parece assim tão linear. Basta pensarmos que a Europa está cada vez mais envelhecida. O problema está mesmo em países ditos do "3º mundo" e na Ásia. São os desequilíbrios do mundo em que vivemos.

Joana Domingos disse...

Apenas vocês saberão qual a melhor opção!
São decisões (qualquer uma delas) dificeis de tomar. Devem ser mto bem ponderadas e qd decidirem,lutarem por ela com mta força e defenderem essa ideia perante kem vier!

Xana disse...

São opções, mas tem que ser uma opção que coçes sintam verdadeiramente, que não seja meramente um plano B, algo a que se recorre por impossibilidade de concretização do plano A...
Sinto-vos numa encruzilhada, que o caminho a seguir seja descoberto o mais rapidamente possivel, por vós, só por vos!!!
beijocas
tica